“Eu bebo sim, estou ascendendo?”: identidades e inclusão na produção e no consumo de cervejas artesanais na Grande Vitória

Resumo: Circunscrito na problemática mais ampla do Consumo, a proposta de pesquisa em curso repousa mais especificamente nas experiências de consumo alimentar e entretenimento. As práticas em foco são a produção e consumo de Cervejas Artesanais. Na última década especialmente, na Grande Vitória, a produção de Cervejas por “Paneleiros” (categoria nativa) fora de escala industrial, em fundo-de-quintal por meio do domínio de técnicas artesanais e conhecimento autodidata tem sido significativamente ampliada. Estas produção e consumo movimenta redes de sociabilidade e de trocas diversas. As primeiras incursões em campo sugerem fortemente que há íntima relação entre a fruição e o prazer vivenciados em experiências gustativas e de lazer e a estetização de práticas afirmadores de novos estilos de vida. Em outras palavras, a chamada nova “cultura da Cerveja” se materializa num circuito de trocas que se desenrola em pequenas recepções domésticas, festas particulares, programações de bares e botequins nas localidades, festivais de média escala e em redes sociais articuladas em ciberambientes, no qual são acionados, atualizados e formulados novos sentidos dos pertencimento, gosto, belo e posicionamento quanto a estilo de vida por parte de produtores e consumidores.
Outro aspecto que merece reflexão no que toca ao manuseio de Cervejas Artesanais é a relação simbiótica entre elementos humanos e não humanos. Esta por sua vez se consubstancia desde o processo de seleção de pautas para a produção, alcançando os desdobramentos do consumo alcóolico pela produção de estados de consciência e experiências possibilitadas pelas práticas gustativas, emulação e ritualização. A apreciação deste tipo agência implica na observação atenta das redes e fluxos de associações, bem como da composição de identidades por meio da construção de corporalidades virtuais e substantivas híbridas por parte dos sujeitos da pesquisa.
A orientação etnográfica marca o olhar para o fenômeno em tela. Na apreciação do campo empírico, a abordagem interpretativa e multi-sited será desenvolvida junto a um grupo de cinco “Paneleiros” e suas redes de apoiadores e clientes, considerando, além da margem de renda entre dois e cinco salários mínimos, a autoatribuição de identidade de sujeito da Classe C pelos informantes.

Data de início: 2018-03-01
Prazo (meses): 36

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Coordenador Patrícia Pereira Pavesi
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