Crítica pós(de)colonial, vozes subalternas e revisões epistemológicas
Resumo: A crítica à modernidade hegemônica é feita com especial propriedade por um elenco de autores/as que dão centralidade, em suas análises, ao fato colonial em suas manifestações objetivas e subjetivas entrelaçadas. Experenciando trânsitos, tais intelectuais ressignificam categorias e elaboram outras, mais verossímeis, talvez, para explicar um mundo heterogêneo e complexo, que jamais coube nos binômios modernos: natureza x cultura; atraso x progresso, feminino x masculino, irrazão x razão, dentre outros. Suas teses propõem um novo glossário que exalta termos como hibridismo, entrelugar, fronteira, diáspora, transculturação e transmodernidade. Sobretudo, alargam o escopo da teoria social universal até hoje, ocidentalcêntrica/eurocêntrica e deslocam o olhar para o Sul, utilizado como metáfora, no sentido geopolítico tanto como expressão dos marcadores sociais da subalternidade.
O pós-colonial propriamente nasce no contexto das guerras de independência das ex-colônias na África e na Ásia, representados nas obras de Fanon (2005; 2008), Memmi (2007) e Césaire (2010). Mais tarde, a publicação de Orientalismo de Edward Said (2007) torna-se um marco relevante. Nesse movimento, têm participação os Estudos Subalternos Indianos (Chatterjee, 2008) e os Estudos Culturais Britânicos (Hall, 2009). Por sua vez, o nomeado giro decolonial nasce na América Latina, quando se forma o coletivo Modernidade-Colonialidade, de raízes andinas. Por sua vez, o pensamento negro e as teorias da interseccionalidade reivindicam um lugar próprio no debate. Configura-se, portanto, à nossa frente uma potente crítica às violências coloniais de ontem e de hoje, partindo de sujeitos historicamente condenados à inexistência que adentram a arena acadêmica.
Collins fala do engajamento dialógico (2022) entre a multiplicidade das perspectivas críticas e isso parece vir em muito boa hora, de modo que este projeto tem como ponto fulcral as Teorias do Sul na interface com o pensamento negro e com as feministas subalternas. O amplo escopo expressa uma agenda de pesquisa em torno da qual se reúnem orientações de IC, dissertações e teses bem como supervisões de posdoc. A premissa é de que descentrar as ciências sociais podem ajudar a dinamizar o campo da sociologia.
Data de início: 01/06/2025
Prazo (meses): 48
Participantes:
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Coordenador | ADELIA MARIA MIGLIEVICH RIBEIRO |