O NOSSO LULA ROCHA: RAÇA, MEMÓRIA E MOVIMENTOS SOCIAIS
Nome: DANDARA DARA MAHUSI DIAS DE FREITAS
Data de publicação: 24/10/2024
Banca:
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Papel |
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FLÁVIO DOS SANTOS GOMES | Examinador Externo |
LUIZANE GUEDES MATEUS | Examinador Interno |
OSVALDO MARTINS DE OLIVEIRA | Presidente |
Resumo: Lula Rocha foi um grande representante da luta contra o extermínio da juventude negra e militante negro capixaba. O presente trabalho traz a sua trajetória, como alicerce de resgate, construção e manutenção da memória de quem lutou pelos direitos à saúde, à educação, à representatividade e à cultura dos jovens negros que até hoje é reconhecida como uma trajetória de um grande e importante líder capixaba. A partir da realidade desses jovens, os quais encontram poucas representações e/ou referências de reconhecimento e construção de identidades positivas na história, nas
artes e nas trajetórias de escolarização, o trabalho também realiza a análise dos meios de esquecimento e apagamento da existência social e cultural da população negra e do extermínio físico e simbólico da juventude negra, isto é, genocídio e memoricídio. Essas ações exterminadoras são resultado da atuação de políticas coloniais violentas que promovem mortes físicas desses jovens por agentes do Estado, e mortes após a morte, que consistem no esquecimento dessas ações violentas e das vítimas dessas ações. O trabalho de campo foi realizado na região metropolitana da Grande Vitória, no Estado do Espírito Santo. Além disso, a pesquisa discute as estratégias de resistência da juventude negra que passam pelos processos de formação da consciência ativa do lugar de fala e da construção da memória de Lula Rocha, como novas possibilidades de abertura de diálogos com poderes hegemônicos, tendo em vista que a construção da memória é um dos direitos democráticos previstos na Constituição Federal de 1988. No presente estudo, observo que a construção de sua memória por artistas (que pintaram sua imagem e seu nome em muros, faixas e banners), intelectuais e militantes negros/as (que escreveram sua biografia e gritam palavras de ordem com seu nome em lugares públicos) representam a multiplicidade de novos discursos contra-hegemônicos em defesa da vida física e da memória da juventude negra capixaba.