O Modelo Gerencial e o fracasso escolar: Um estudo sobre as condições de produção da desigualdade nas escolas do estado do Espírito Santo

Nome: Fernanda Juliati dos Santos
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 20/05/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Sandro Jose da Silva Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Marina B. Aleixo Examinador Externo
Patrícia Gomes Rufino Andrade Examinador Externo
Sandro Jose da Silva Orientador

Resumo: RESUMO
Esta dissertação compõe a linha de pesquisa “estudos socioambientais, culturas e identidades”
do Programa de pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo
e está vinculada ao projeto de pesquisa do professor Sandro José da Silva “Antropologia,
Direitos Humanos e participação política”. O trabalho partiu de inquietudes relacionadas ao
cotidiano da prática docente de professora e pesquisadora numa escola pública estadual de
Vitória/ES. Tem como objetivo identificar as condições sociais de emergência de um grupo de
pessoas como objeto de justificação do “fracasso escolar”. Como metodologia é utilizada
análise qualitativa de periódicos, com revisão de literatura na proposta de tratar o “fracasso
escolar” como categoria social produzida sobre determinadas realidades, lugares e pessoas.
Nesse intuito, realizamos uma abordagem longitudinal da categoria a partir de 1930, quando a
temática educacional ganha importância para um novo projeto de nação, entende-se a
necessidade em criar uma política nacional de educação. A partir da revisão crítica da literatura
identificamos a relação entre os modelos gerenciais e a remodelação das relações sociais na
escola, com impacto na reprodução das desigualdades. Notamos a existência de conflitos e o
poder discricionário presente nas práticas relacionadas às políticas de responsabilização que
impacta negativamente as populações negras e pobres. Nesse contexto, ressaltamos as políticas
de responsabilização nos moldes gerenciais com o exemplo do projeto “Escola Viva”,
implantado em 2015 no Espírito Santo. Observamos que a escola instituição garantidora de
direitos, passa a ser uma escola empresa/fábrica direcionada por ideias de gestão, controle e
eficiência nos resultados pareados no padrão de qualidade de mercado. Nesse processo,
identificamos a justificação técnica para elaboração de políticas, com a ausência de participação
da categoria de professores na sua elaboração e conflitos gerados a partir de especulações sobre
resultados e participação das escolas. Novos atores adentram o campo educacional, impactam
no controle sobre o trabalho docente e na perda de autonomia. Ao analisar as pesquisas, é
identificado a permanência de compromissos e valores éticos associadas as tradicionais
perspectivas funcionalistas e reprodutivista da pedagogia positivista característica do modelo
republicano. O enfoque universalista com o discurso distorcido da diversidade cultural vai
ocultar e silenciar problemática racial que é inserida na lógica de classe. A priorização de
discursos da igualdade de oportunidades e uma diversidade de tom mais universal, exclui a
dinâmica da educação antirracista assim como uma educação voltada para os respeitos às
diferenças de gênero.
Palavras-chave: fracasso escolar – juventudes – periferia – desigualdades – racismo.

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