Quilombolas e Trajetórias de Escolarização: um Estudo a Partir de Retiro, Santa LeopoldinaES.
Nome: Paula Aristeu Alves
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 24/07/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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Osvaldo Martins de Oliveira | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Adelia Maria Miglievich Ribeiro | Suplente Interno |
Cleyde Rodrigues Amorim | Suplente Externo |
Osvaldo Martins de Oliveira | Orientador |
Sandro Jose da Silva | Examinador Interno |
Sérgio Pereira dos Santos | Examinador Externo |
Sônia Regina Lourenço | Examinador Externo |
Resumo: A comunidade quilombola de Retiro, localizada no município de Santa Leopoldina (ES), é o lugar a partir de onde realizei trabalho de campo para elaboração desta dissertação de mestrado. O objetivo principal é analisar trajetórias de escolarização construídas e narradas por quilombolas desta comunidade, que concluíram o ensino universitário. As formas como estes sujeitos constroem e efetivam seus projetos de ingresso no ensino universitário foi tomada como
problemática principal da pesquisa. Como pressupostos metodológicos, recorri a abordagem etnossociológica de Bertaux (2010), que permitiu realizar entrevistas de narrativas de vida sobre percursos de escolarização de quilombolas, e posteriormente, interpretar os dados. Os resultados apontaram que o acesso à educação escolar é permeado por uma série de nuances que abrange: a demanda de escola no território quilombola; dificuldades decorrentes da
ausência de transporte escolar, levando muitos alunos se deslocarem a pé até os centros de ensino; evasão escolar no ensino médio devido à necessidade de inserção no mercado formal e informal de trabalho fora do território. Verificou-se ainda que os projetos de ingresso no ensino universitário, se constroem levando em consideração três dimensões: interesses individuais;
visão de mundo da família nuclear; e contexto comunitário local, onde se almeja, por meio dos estudos, alcançar projetos de melhorias para a comunidade. Eles envolvem, além da conciliação de estudo e trabalho, a migração para os meios urbanos onde se localizam os centros de ensino.
Concluiu-se por meio das trajetórias estudadas que os processos de construção de identidade e formação de consciência étnica destes quilombolas são parte das transmissões de saberes herdados dos ancestrais e protagonizados pelas famílias e pela convivência comunitária. Em todos os casos analisados, os quilombolas pertencem a famílias que exerceram ou exercem papel de liderança na comunidade e que, em 50% dessas trajetórias, existe uma conexão entre
os líderes do passado e as novas lideranças no presente.
Palavras chave: Quilombolas; trajetórias de escolarização; identidade; projetos de futuro.