GIRAS DE PRETOS VELHOS EM UM TERREIRO DE UMBANDA: LUGARES E EVENTOS DE CONSTRUÇÃO DE MEMÓRIAS AFRO-BRASILEIRAS

Nome: Maria Sampaio do Nascimento
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/11/2017
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Osvaldo Martins de Oliveira Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Aissa Afonso Guimarães Suplente Externo
Cleyde Rodrigues Amorim Examinador Externo
Osvaldo Martins de Oliveira Orientador
Sandra Regina Soares da Costa Martins Examinador Interno
Sandro Jose da Silva Suplente Interno

Resumo: RESUMO
A presente pesquisa analisa as memórias de cambones relativas aos saberes e à crença nos poderes de cura das entidades Pretos Velhos. Para organizar o trabalho foi necessário entender o conceito de memória para um aprofundamento nos relatos das entidades enquanto pessoas que, no passado, viveram no Brasil como escravos e hoje são espíritos divinizados presentes em ritos, juntamente com pessoas no Grupo de Umbanda Aprendizes do Amor. A gira de Pretos Velhos remete às narrativas que sustentam o entendimento sobre o que foi a vida destes no cativeiro e, como médiuns, a partir da incorporação, atualizam os significados por meio de rituais religiosos. Durante a pesquisa foram feitas entrevistas e conversas informais com Pretos Velhos e cambones, além de entrevistas com o Pai de Santo e com o Pai Pequeno do terreiro. A partir da vivência durante as giras foi possível observar elementos característicos das entidades quando se trata de cultura, religião e a performance dos médiuns incorporados. Um fator observado durante a etnografia é o que diferencia os Pretos Velhos de entidades como os Caboclos, Exus e Pombas Giras na forma de tratamento durante as consultas. Entidades e consulentes demonstram uma ligação familiar na qual as entidades são tratadas como “vovó”, “vovô”, “mãe” e “pai”. Logo, os consulentes são chamados de “filhos” ou “filhas” fortalecendo laços entre os participantes do diálogo. Nas observações dos rituais percebe-se que em nenhum momento os guias demonstram o comportamento de escravizados. Eles transmitem seus saberes como forma de resgate de suas práticas ancestrais de cura trazidas a partir da diáspora africana. A constatação baseada nas experiências vividas durante as etnografias foi a devoção por parte dos frequentadores do terreiro pesquisado em relação aos Pretos Velhos e, em nenhum momento, a percepção de submissão por parte das entidades, o que demonstra a resistência dos escravizados no passado e, na contemporaneidade, a afirmação de sua senioridade.
Palavras-chave: Memória, Rituais, Religião, Umbanda, Pretos Velhos.

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