O MAR NÃO ESTÁ PARA PEIXE: A CONSTITUIÇÃO DE CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS NA RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA DO CORUMBAU – BAHIA.

Autor: JERÔNIMO AMARAL DE CARVALHO 

A Reserva Extrativista Marinha (RESEXMAR) do Corumbau foi criada no ano de 2000, a partir de uma ação coletiva, iniciada em 1997 por meio das lideranças de pescadores locais, na busca de instrumento jurídico que garantisse o acesso exclusivo dos recursos pesqueiros contra a atividade da pesca comercial de camarão sete-barbas que se instalou na década de 1980. Durante o processo de criação da RESEXMAR do Corumbau, os pescadores obtiveram apoio de órgãos governamentais, como a Coordenação Nacional de Populações Tradicionais (CNPT) e de entidades ambientalistas do terceiro setor – Associação Pradense de Proteção Ambiental (APPA), e posteriormente a Conservation International do Brasil (CI-Brasil). Entretanto, após a criação da RESEXMAR do Corumbau – entre os anos 2000 e 2002 – foi elaborado o Plano de Manejo que orientaria a gestão da Unidade de Conservação (UC). O documento foi capitaneado pela equipe técnica e científica vinculada à CI-Brasil, tendo como ponto de destaque a criação de áreas de exclusão total da atividade da pesca, por meio da Zona de Proteção Marinha (ZPM). A ideia de uma ZPM, para a CI-Brasil, era que de forma indireta e em médio e longo prazo, os pescadores se beneficiariam com o possível aumento de produção de pescado, contanto que 30% de cobertura de recifes tivesse algum tipo de proteção dos processos ecológicos, tais como reprodução e crescimento de espécies. Durante as discussões do Plano de Manejo e atualmente uma parcela de pescadores locais contestaram os limites da ZPM, pois iria restringir o acesso aos recursos pesqueiros. No entanto, tal contestação foi suprimida pelas relações não formais que os membros da CI-Brasil possuíam com o núcleo familiar principal da Vila do Corumbau, forçando os demais em um acordo formal temporário. Tal questionamento evidenciou um conflito de conjunto de normas distintas entre pescadores artesanais em relação à CI-Brasil e IBAMA: A pesca artesanal, enquanto um tipo de ação que segue normas específicas dos quais elementos humanos e não humanos interagem conjuntamente, evidenciando um conhecimento prático e corporizado constituindo um modelo compreensivo de mundo e de natureza; Conceitos modernos e globalizantes de uma natureza totalmente desvinculada das práticas locais artesanais, com forte articulação de uma entidade ambientalista de alcance internacional, guiado pela emergência das questões ambientais, imprimindo no local (o lugar da prática da pesca tradicional) a ideia de um espaço (Áreas Marinhas Protegidas), desencaixado de formas específicas de natureza/culturas.

Professora Doutora Winifred Knox (Orientadora)

Professora Doutora Eliana Junqueira Creado (Membro Interno)

Professor Doutor Ronaldo Joaquim da Silveira Lobão (Membro Externo)

Professora Doutora Aline Trigueiro (Membro Suplente)

 Dia: 12/05/2014, às 14 hrs, na sala 05 do anexo do IC-II.

Villa-Lobos: Música e Nacionalismo na República Velha

Autor: Whashington Luiz Sieleman Almeida

Esta pesquisa busca realizar uma análise do período de formação e consolidação da carreira de Heitor Villa-Lobos, durante a República Velha (1889 – 1930),
contextualizando esse processo com as transformações políticas, sociais econômicas e culturais do período. Para tanto é apresentado um estudo biográfico
desse compositor até o ano de 1930, apontando os pontos mais relevantes de sua carreira no período e buscando entender os elementos que contribuíram para a adoção de uma linguagem musical comprometida com os aspectos sonoros do Brasil e, também, com a identificação de Villa-Lobos como um compositor nacionalista. Com esse intuito, nos dispomos a questionar a importância e a qualidade musical da obra de Villa-Lobos para além do mito do nacionalismo que lhe é atribuída, tentando compreender, ainda, como a atmosfera cultural e social do Rio de Janeiro, capital da recém fundada República, influenciou a formação pessoal e as obras de Villa-Lobos.

Palavras chaves: Nacionalismo. Transformações Sociais. República Velha. Música.
Villa-Lobos

Data de defesa: 26/02/2014
Horário: 15:00
Local: Anexo 1

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Sonia Missagia Mattos – UFES (Orientadora)

Profª. Drª. Antonia de Lourdes Colbari – UFES (Membro Titular Interno)

Prof. Dr. José Benedito Viana Gomes – FAMES (Membro Titular Externo)

Angola, Jeje e Ketu: memórias e identidades em casas e nações de candomblé na região metropolitana da Grande Vitória (ES)

Autora: Milena Xibile Batista

 

Angola, jeje e ketu: Memórias e identidades em casas e nações de candomblé na região Metropolitana da Grande Vitória (ES), que é o tema desta dissertação, requer adentrar em análises de categorias nativas do povo de santo, e, em seguida, passar a questões teóricas sobre esses temas. Na cidade de Serra encontram-se as quatro casas de santo onde a pesquisa de campo foi realizada com 3 iyalorixás e 1 babalorixá, que dividem suas memórias e experiências religiosas compondo um exercício teórico sobre a história e a formação do candomblé no Espírito Santo. Nesse estado, que não é referência dessa religião, a mesma encontra-se em ascenção. A preocupação dos integrantes das comunidades de terreiros é transformar parte das tradições orais em produção escrita. Tendo em vista os processos políticos de reconhecimento legal da diversidade cultural, o debate se deu em torno de hibridização e múltiplas formas de identidade. O universo encantador e mágico do candomblé é composto pelos toques dos atabaques, danças rituais e fé em forças da natureza. Os “filhos da diáspora africana” trazidos para o Brasil eram de várias regiões da África, o que nos permite entender a diversidade cultural que marca esses grupos. Em função do sincretismo entre as próprias religiões de matriz africana e delas com o catolicismo e as doutrinas espiritualistas, essas religiões encontram-se de norte a sul do país. Este encontro de crenças e rituais é tão evidente que já não dizemos religiões “africanas” e sim religiões “afro-brasileiras”. O candomblé, desde o seu surgimento, vem sendo criado e recriado pela transmissão de suas tradições e ritos. A tradição oral nas comunidades de terreiro é um dos elementos demarcadores da construção da sua identidade, a partir de uma organização interna e do aprendizado hierarquicamente transmitido pelos depositários do saber, seguindo uma ordem de senioridade de iniciação, os antigos são detentores dos saberes e segredos. Por ser uma religião iniciática, o aprendizado ocorre permanentemente, em especial o da língua ritual, onde o exercício e o contato levam a transmissão cultural. O povo de santo reconstrói uma ligação com uma comunidade imaginada que remonta a África e desenvolve relações de parentesco ficcional entre os membros das comunidades de terreiro e forma uma família de santo e de axé.

 

Banca Examinadora:

Osvaldo Martins Oliveira (orientador) 

Sandro José da Silva (examinador interno)

Cleyde Rodrigues Amorim (examinador externo)

Sandra Regina Soares da Costa (examinador interno suplente

 

Data de defesa...: 28/01/2014

Horário: 14:00

Local..: Sala 09 IC II

VI Encontro da Rede de Estudos Rurais: desigualdades, exclusão, e conflitos nos espaços rurais

De 2 a 5 de setembro de 2014, na cidade de Campinas/SP, ocorrerá o evento mais importante da Sociologia Rural no Brasil, o VI Encontro da Rede de Estudos Rurais, que terá como temática "Desigualdades, exclusão, e conflitos nos espaços rurais". 

Inscrições abertas para apresentação de trabalhos de 11 de abril a 19 de maio. Confira mais informações no site do Encontro.

 

Processo seletivo para vaga remanescente de supervisor PIBID

 

Clique aqui e acesse o Edital do processo seletivo

Organização parlamentar, processo decisório e produção legislativa no cenário político capixaba: uma análise da Assembleia Legislativa do estado do Espírito Santo

Mestranda: Karina Melo Pessine

Esta pesquisa é um estudo sobre o processo legislativo e a produção de leis na ALES, durante a 16ª Legislatura. O escopo do estudo foi o de analisar o impacto das regras, contidas no regimento interno e na Constituição estadual, na produção de leis entre 2007 e 2010. O pressuposto geral da abordagem advém do Novo Institucionalismo como movimento teórico da Ciência Política contemporânea, que nos permite inferir que as regras institucionais, para além de serem simples regras de organização das Casas Legislativas, influenciam no processo decisório e, consequentemente, na produção de leis. Importando as análises dos modelos distributivo, informacional e partidário de organização dos Legislativos, a pesquisa permitiu concluir que, a ALES, de 2007 a 2010, manteve seus trabalhos alinhados à versão distributiva. O parlamentar capixaba atuou, individualmente, a fim de manter suas bases eleitorais. Com relação à atuação do sistema comissional, foi identificada a inaptidão das comissões da ALES para influenciar o processo decisório. As comissões permanentes não possuem capacidade de moldar os projetos que por elas tramitam. O regime de tramitação influencia diretamente a produção de leis da ALES, notadamente, nas leis de autoria do Executivo, já que estas, tramitaram, quase que na totalidade, em regime de urgência. No que tange aos partidos, a fragmentação partidária identificada na ALES acaba por refletir nos dados obtidos sobre a produção de leis, na medida em que não existe uma verdadeira articulação em torno dos partidos como atores determinantes no processo legislativo da ALES. Enfim, em apertada síntese, foi possível constatar a imposição da agenda de trabalhos pelo Executivo. Os projetos aprovados, de temas importantes e abrangência estadual, foram, em sua maioria, propostos pelo Executivo; a urgência impacta frontalmente os projetos do Executivo, que são aprovadas em pequeno espaço de tempo; as comissões não possuem poder mínimo de influência nos projetos de autoria do Executivo; e os partidos, altamente fragmentados, não constituem instância com capacidade de articulação.

Erratas 1 e 2 ao Edital PGCS-UFES - Seleção de Bolsista PNPD/CAPES

Erratas 1 e 2 ao Edital para seleção de bolsista PNPD/Capes

Errata 1   -  corrige data do período de inscrição.

Errata 2  -  sobre documentos a serem entregues no ato da inscrição.

Perfil Social, Recrutamento e Trajetórias Políticas: Uma Análise dos Representantes do Legislativo Estadual Capixaba, 1986-2010

Autora: Luana Puppin Pratti

Esta pesquisa teve como propósito identificar o perfil socioeconômico dos parlamentares estaduais capixabas e observar os padrões de trajetórias políticas dos mesmos. Para tal foram levantados dados biográficos dos deputados estaduais que permitiram verificar as caracterísiticas sociais e econômicas, além de suas experiências eletivas e administrativas A hipótese analisada é de que qualidades específicas proporcionam maiores oportunidades para exercer cargos de liderança no interior da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). O período analisado abarca a 11ª, 12ª, 13ª, 14ª, 15ª, 16ª e 17ª legislaturas as quais compreendem os anos entre 1987-2010. Para o desenvolvimento da pesquisa foi necessário buscar embasamento teórico nos pressupostos da teoria das elites, teoria da institucionalização, teoria da ambição e teoria da profissionalização política. Buscaram-se também algumas análises sobre a composição social e trajetórias políticas dos legislativos brasileiros para compreender melhor a dinâmica das elites parlamentares. Foi possível mapear um perfil social e político dos membros da Ales e relacionar suas trajetórias políticas com a ocupação de cargos na instituição. Em vista disso, confirmou-se que as características pessoais assumem grande importância para a construção das carreiras políticas.

Data: 29/10/2013 às 14:00
Local: Sala de Aula 09 – IC II

Título: Redes, (en)traves e cercas: notas etnográficas de um conflito socioambiental em Vitória (ES)

Autor: Márcio Antonio Farias de Freitas

Essa dissertação pretende contribuir no debate sobre o conflito socioambiental existente no Campinho, situado no alto do morro da Fonte Grande, Vitória (ES), cenário de uma disputa, profundamente desigual em termos de poder político dos agentes humanos envolvidos, por um espaço urbano “verde” imprensado entre duas secções de uma área de proteção integral, em que habita um coletivo há gerações. Através da etnografia, procurei seguir atores humanos e não-humanos para entender as representações dos ambientalistas, gestores e técnicos ambientais bem como do coletivo, cujas perspectivas defendidas reiteram de um lado a oposição entre natureza e sociedade, consolidando políticas de reclusão (natural) e exclusão (social), e de outro a permanência e o pertencimento ao lugar, como guardiões atuantes de outro regime de relações entre humanos e não humanos.

Palavras-chave: Conflito socioambiental - antropologia simétrica - teoria ator-rede - etnografia

Data de defesa: 18/10/2013
Horário: 10:00
Local: Sala de Aula 09 - IC II

Metodologias participativas: oficina e palestra

23 de outubro de 2013

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