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Por ruas, calçadas e praça: o dia a dia do trabalho de entrega de comida subordinado por aplicativo

Nome: SILVANIR DESTEFANI SARTORI

Data de publicação: 13/12/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA CLAUDIA PINHEIRO GARCIA Examinador Externo
CARLA FERNANDA PEREIRA BARROS Examinador Externo
HENRIQUE JOSE DOMICIANO AMORIM Examinador Externo
MARIA CRISTINA DADALTO Presidente
PABLO ORNELAS ROSA Examinador Externo

Resumo: O dia a dia do trabalho investigado se caracteriza como: trabalho de entrega de comida; subordinado pelo aplicativo e empresa Ifood; os trabalhadores se locomovem com bicicletas; a jornada de trabalho inclui entregas e espera por entregas no bairro Jardim Camburi, cidade de Vitória–ES. Consiste o trabalho consiste no empenho do trabalhador nas tarefas de: estar disponível —equivalente a estar online — no aplicativo que subordina o trabalho; localizar-se em uma área da cidade abrangida pelo aplicativo; aguardar e receber notificaçãoda rota a fazer; aceitar ou rejeitar a rota; locomover-se até o estabelecimento que produz a comida a ser entregue, denominado loja; buscar a comida a ser entregue e transportá-la até o destinatário, o consumidor. O objeto entregue é genericamente nomeado como comida, no entanto, os entregadores manuseiam e transportam pacotes, geralmente marrons opacos que, seguindo as diretrizes do aplicativo e a natureza dos estabelecimentos onde são coletados, sugere-se que contenham mais frequentemente gêneros alimentícios. Acontece também coletas em farmácias e supermercados, repercutindo variação daquilo que se entrega. Os acontecimentos que modulam o dia a dia da cidade, assim como o contexto sociocultural em que o trabalho acontece, confluem na maneira como o trabalho de entrega acontece. Com isso, a sociedade hierarquizada em posições sociais, baseadas nas premissas de cada qual em seu lugar e no sabe com quem está falando, determina vivências aos entregadores. Nesse contexto,
estruturou esta tese o objetivo de compreender o dia a dia do trabalho de entregade comida subordinado por aplicativo. Para atingir o objetivo proposto, o trabalho de entrega foi compreendido como ocupante de ruas, calçadas e praças,
constituído, a partir de categorias desenvolvidas no contexto da Antropologia Urbana, de trajetos, pedaço e manchas. Os dados foram produzidos por meio da participação observante e da observação participante. O percurso compreensivo
viabilizou analisar a relação entre aplicativo e entregadores de subordinação, mas que, apesar de o aplicativo modular o trabalho como individualizado, os entregadores resistem às imposições do trabalho coletivizando-se. A coletivização é fator verificado em outros grupos de trabalhadores observados, funcionando como atenuante de precarização. Ao mesmo tempo, estarem os entregadores coletivizados não representam necessariamente mobilizações coletivas com o propósito de reivindicações, aderente à concepção de que o povo brasileiro pouco se organiza espontaneamente para o protesto. Conclui-se que a subordinação por aplicativo, associada à natureza da atividade, favorece a sutileza de uma subordinação na qual os entregadores dispõem da sensação de manifestação de si nos hiatos entre o que é prescrito e o real do trabalho. Em contrapartida, nem por isso variáveis como tempo e movimentos deixaram de ser controladas como fatores cruciais para o trabalho ser realizado.

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