Alimentação, Ambiente e Sociedade
Resumo: Seja como objeto de análise de fenômenos como a globalização e o poder; investigação de fases evolutivas e processos civilizatórios da sociedade humana; pilar de organização social; ativismo e instrumento de resistência a processos colonialistas; item de informação ou código capaz de gerar diferentes mensagens; potencial simbólico estrutural ou estruturante; construtora de identidades, gêneros e etnias; estratégia de prazer e lubrificação de interações sociais; fomentadora de intolerâncias e divisões sociais; mantenedora de vida ou promotora de problemas de saúde, controvérsias científicas, questionamentos éticos, angústias e riscos socioambientais, a alimentação configura-se como um objeto legitimo de análise social e de compreensão das premissas implícitas do viver em sociedade.
As contribuições para esse campo de conhecimento caracterizam-se pela diversificação epistemológica, disciplinar, teórica e metodológica dos temas, pelo aumento de publicações acadêmicas e pelo crescente interesse da mídia e de publicações generalistas dedicadas a dimensão sociocultural da alimentação. Entretanto, para autores como Beardsworth, Keil e Mintz, a alimentação foi, por muito tempo, uma temática social negligenciada. Tal condição pode ser explicada por seu vínculo a uma atividade doméstica, mundana e sem glamour, de domínio tradicional das mulheres, cuja produção remete ao meio rural distanciado do apelo intelectual de teóricos masculinos atuando no meio urbano que dominaram historicamente as Ciências Sociais, especialmente no seu início. Assim sendo, a área de alimentação ainda continua a desafiar as Ciências Sociais e demanda estudos e esforços acadêmicos inter e transdisciplinares para abarcar sua complexidade epistemológica. A ideia central do projeto é pensar o mundo através da comida - food for thought.
Data de início: 2016-02-02
Prazo (meses): 48
Participantes:
Papel | Nome |
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Coordenador | Elaine de Azevedo |