Crônicas dos Jovens na Periferia: Criminalização da Pobreza, Sociabilidades e Conflitos

Nome: Daniela Cristina Neves de Oliveira
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/01/2018
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Márcia Barros Ferreira Rodrigues Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Humberto Belich Junior Examinador Externo
Igor Suzano Machado Suplente Interno
Márcia Barros Ferreira Rodrigues Orientador
Maro Lara Martins Suplente Externo
Pablo Ornelas Rosa Examinador Externo

Resumo: RESUMO
O presente trabalho discute as sociabilidades e os conflitos intersubjetivos entre adolescentes
e jovens na periferia de Vitória-ES. Desde os anos 1980, adolescentes e jovens (em geral,
afrodescendentes e do sexo masculino) constituem o grupo mais vitimado pelos homicídios
no Brasil. Nesse sentido, trata-se do segmento mais exposto às situações violentas. À vista
destas coisas, dou um passo atrás do iníquo quadro de homicídios juvenis para refletir sobre
os significados dos conflitos entre adolescentes e jovens à luz das dinâmicas de sociabilidade.
A pesquisa tenciona transitar do contexto macro ao micro de análise, assim como deslocar o
foco dos estudos sobre homicídios para os estudos sobre conflito. Não obstante, sob o ponto
de vista macro de análise, examino o aspecto da criminalização das juventudes urbanas
pobres, a qual possui raízes históricas nesta sociedade. Todavia, o alvo principal é refletir “o
que as pessoas fazem com o que fazem delas?”. Isto é, a intenção é observar empiricamente a
relação entre os constrangimentos estruturais e a forma como os indivíduos atuam em seu
campo de possibilidades, a partir dos significados que atribuem às coisas em sua vida
cotidiana.
Parto de uma abordagem qualitativa, a qual utiliza como instrumentos narrativas de vida e
grupo focal, bem como observação participante e questionários com perguntas abertas.
Enfoco indivíduos na faixa etária de 14 a 26 anos, os quais estavam cumprindo medida
socioeducativa de internação no âmbito do Instituto de Atendimento Socioeducativo do
Espírito Santo e sujeitos com o mesmo perfil etário, porém moradores de bairros periféricos
de Vitória, notadamente da região do bairro São Pedro. Dentre os significados analisados no
que tange aos conflitos, destaco a construção social da masculinidade e as regras morais de
conduta definidas pelos grupos para regularem a convivência. Em determinado contexto, os
conflitos e, no limite, os homicídios são legitimados moralmente, em virtude da percepção de
que se vive em um estado de “guerra” em que os outros são “inimigos”. Tem-se como
resultado que a desconfiança intragrupo e entre grupos provavelmente sustenta o uso da
violência. O contexto mencionado diz respeito à sociabilidade no domínio do comércio
varejista de substâncias ilícitas, espraiado pelos bairros pauperizados da Região Metropolitana
da Grande Vitória, o qual fomenta uma cultura ou um modo de ser agonístico.
Por fim, enfatizo que em um mesmo contexto socioeconômico existem distintas formas de
sociabilidade juvenil. Portanto, desde que comparo dois grupos, busco compreender quais são
os fatores condicionantes para diferencialidade de percursos de vida, sobretudo no que se
refere ao engajamento ou não em atividades ilícitas (arriscadas). Tais fatores são,
basicamente, relacionados ao contexto familiar e escolar e a outras esferas de sociabilidade
(como projetos sociais e igrejas) das quais os agentes participam, constituindo significados
que orientam suas decisões.
Palavras-chave: sociabilidade juvenil; conflito interpessoal; masculinidade; jovens; periferia
urbana.

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