Organon

Coordenação: Prof. Dra. Cristiana Losekann

Apresentação e justificativa:

A presente proposta trata da criação de um projeto de extensão que tem como objetivo inicial identificar e dar visibilidade aos grupos que lutam por direitos humanos no estado do Espírito Santo. Busca, também, aproximar atores do Estado e da sociedade civil visando à qualificação das políticas públicas na área. Para tanto, propõe a divulgação dos instrumentos institucionais participativos e de acesso à justiça existentes, além de fomentar o encontro e o compartilhamento das 'visões de mundo' de grupos da sociedade civil e entre estes e o Estado. Neste projeto, levaremos em consideração, inicialmente, 4 linhas temáticas (pontos iniciais de abordagem) relacionadas aos: conflitos socioambientais, gênero, sexualidade e violência. Mesmo sabendo de uma série de outros aspectos que poderiam ser especificados, tomamos esses por entendermos que são aspectos centrais das formas de exclusão, hoje, no estado do Espírito Santo. O projeto é constituído de um conjunto de ações envolvendo projetos de pesquisa em andamento; ações de divulgação científica; produção de conhecimento na área de direitos humanos; mediação de conflitos intra-sociedade civil e entre esta e o poder público; construção de website e publicação de livro. Cabe salientar que, assumindo uma perspectiva não-essencialista das identidades que apreendemos do social, as ações que compõem o projeto têm como método e fim, a exposição da contingencialidade das posições sociais, comumente cristalizadas em identidades por movimentos e grupos sociais (LACLAU, 1994). Nossa expectativa é, porquanto, viabilizar pontes de entendimento mútuo, tolerância e ação coletiva.O projeto justifica-se pelo impacto na formação de estudantes, fomentando a realização de monografias de conclusão de curso, bem como dissertações de mestrado e futuros projetos de pesquisa de iniciação científica. Dessa forma, contribui para atividades de ensino e pesquisa, em conexão com as ações desenvolvidas nos grupos de pesquisa e disciplinas sob responsabilidade da equipe coordenadora.Naquilo que se refere à relação com a sociedade, o impacto social é inegável, fomentando a organização de grupos da sociedade civil e conectando diferentes sujeitos que estão em luta pelos direitos humanos. Nesse sentido, acredita-se que contribua para ajudar na superação dos problemas sociais e na articulação dos diversos grupos sociais. O projeto prevê a parceira entre diferentes setores, incluindo secretaria de direitos humanos do municípioda Serra, Ministério Público, através de promotores de justiça do ES, sociedade civil e universidade. Não obstante, do ponto de vista teórico, muito se têm discutido acerca da relevância da autodeterminação(KYMLICKA, 1989:1992) e das práticas de auto-organização, sobretudo, napotencialidade de gerar'empowerment' e na inclusão de grupos excluídos e marginalizados, sofredores de injustiças sociais e econômicas e, que, frequentemente, não são problematizados pelos canais institucionais representativosoficiais (YOUNG, 2000). Esses grupos encontrariam nas associações da sociedade civil formas alternativas de existências e organização de suas ideias de vidas. A relevância das práticas deauto-organização está, também, na constituição de grupos que, insatisfeitos com as convenções, propõem práticas alternativas, podendo, dessa forma, dinamizar o processo de mudança social na interface com o Estado, criando 'inputs' nas agendas políticas, incrementando as políticas públicas, ou mesmo, expressando a insatisfação através da contestação. Um exemplo dessas práticas é a organização em torno da agroecologia, como envolve a luta por um modo alternativo de vida. Outra forma de auto-organização relevante é aquela ligada àvalorização de sujeitos em situações de extrema vulnerabilidade ou que contrariam a cultura hegemônica,como, por exemplo, organizações queajudam mulheres que sofrem de violência,associações de mães e mulheres de presos,grupos que lutam por uma existência fora do
 
Objetivos gerais:
Criar condições de mobilização, visibilização e compreensão de grupos na luta por direitos humanos no ES.
 
Objetivos específicos:
1. Identificar e dar visibilidade aos grupos que lutam por direitos humanos no estado do Espírito Santo; 2. Aproximar atores do Estado e da sociedade civil visando à qualificação das políticas públicas na área; 3. Divulgar os instrumentos institucionais participativos e de acesso à justiça existentes; 4. Fomentar práticas de entendimento e trocas entre os próprios grupos da sociedade civil; 5. Divulgar o conhecimento produzido na Academia 6. Produzir conhecimento com os sujeitos sociais envolvidos.
 
Metodologia:
'[...] Para ser breve, trata-se aqui de uma técnica que permite dar aos processos a serem representados o poder de colocar homens em conflito com outros homens, proporcionar o andamento de fatos insólitos, de fatos que necessitam de uma explicação, que não são evidentes, que não são simplesmente naturais. O objectivo deste efeito é fornecer ao espectador a possibilidade de exercer uma crítica fecunda, colocando-se do lado de fora da cena para que adquira um ponto de vista social. [...] (“O Pequeno Organon” Bertold Brecht, 1964).' A escrita inspiradora de Brecht serve como fonte de reflexão para o grupo e transmite a ideia subjacente ao projeto que é mexer nas posições sociais nas quais os sujeitos tentam se fixar. Buscaremos, portanto, dinâmicas que evidenciem o carater provisório e contingencial das identidades. Acreditamos que desta forma podemos provocar um movimento de compreenção entre as pessoas. Nos inspiramos ainda na Universidade Popular dos Movimentos Sociais desenvolvida pelo grupo de Boaventura de Souza Santos, nesse sentido, convergimos no uso de método que propiciem uma relação horizontal entre universidade e grupos sociais. Estão previstas oficinas, atividades de pesquisa-ação, divulgação do conhecimento científico, a elaboração de bancos de dados e de imagens. Contudo, o detalhamento dos métodos empregados, a forma de abordagem, etc. são aspectos construídos no próprio projeto e delimitados nos primeiros seis meses.

 

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