Produção da Cultura e mediação social do ambiente nas pescas artesanais das comunidades vizinhas de Ubú e Parati no Espírito Santo.

Título:  Produção  da Cultura  e mediação  social  do ambiente  nas pescas  artesanais  das comunidades vizinhas de Ubú e Parati no Espírito Santo.
 
Gustavo Rovetta Pereira.
 
RESUMO:
 
A pesca exercida nas comunidades, ao longo do litoral brasileiro, atualmente se diferencia muito da pesca  exercida  pelos  habitantes  que estavam  aqui  no  momento  em  que  chegaram os colonizadores europeus no território que hoje é concernente ao Brasil. Essa atividade haliêutica transformou-se através do acesso ascendente a uma variedae de instrumentos e acessórios que antes não faziam parte do cotidiano da atiidade. Além disso, há muitas décadas, grande parte dos instrumentos e das embarcações era construído pelos próprias pescadores ­ diferentemente das linhas de náilon, do GPS, do motor de embarcação e da geladeira do barco, utilizados com frequência  atualmente.  Mesmo  com  essas  convergentes  mudanças,  os  pescadores  ainda dependem  do  que  Antônio  Carlos  Diegues  (1983)  caracterizou  como  força  produtiva  da natureza, isto é, a dependência que a pesca possui em relação aos ciclos do ambiente. A maioria dos pescadores hodiernos não são mais indivíduos isolados fisica e informacionalmente em suas localidades. São registrados como pessoas viventes em um Estado nacional, possuem carteira de identidade ( entre outros documentos), usufruemde bens de consumo, lidam cotidianamente com  dinheiro.  Em  geral,  vivem  em  meios  de  certa  forma  urbanizados.  Possuem,  em  suas trajetórias  de  pescadores,  uma  legislação  especifica  a  cumprir  perante  o  Estado,  para  terem permissão de pescar: licença ambiental de pesca, carteira de pescador e licença embarcação. Porém, diferentemente da maioria dos trabalhadores urbanos, o pescador  convive diretamente com as nuances do ambiente marinho, que irão ditar o seu cotidiano e os desafios que ele terá que superar para angariar os objetivos de sua atividade: os peixes e outros seres marinhos. Além dos fatores descritos acima que influênciam diretamente a forma que toma a pesca artesanal, as comunidades de pescadores artesanais de Ubú e Parati, existentes no município de Anchieta, convivem com turistas desde a década de 1950. A partir da década de 1970 esse território conta com a inserção da colossal indústria de beneficiamento de minério Samarco e, mais tarde em 2006,  da  Petrobrás.  Esses  últimos  atores,  para  além  de  constituir  alguns  determinantes  nas trajetórias  das  pescas  artesanais  de Ubú  e Parati,  postam­se  através  de  suas  ações  como  os agentes  que,  na  percepção  dos  pescadores  artesanais,  irão  acabar  com  a  atividade,  devido  a sua  racionalidade  que  visa  constantemente  expandir  seu  processo  produtivo,  atingindo diretamente  a  pesca  local.  É  nessa  circunstância  que  se  desenvolve  o  estudo  que  nessas páginas está contido, tratando de compreender o processo de produção da cultura das pescas artesanais  das  comunidades  de  Ubú  e  Parati,  que  é  intimamente  relativo  em  seus  possíveis desenvolvimentos ao acesso dos pescadores artesanais ao ambiente marinho.
 
Data da defesa: 27/05/2014, às 10 horas, terça-feira.
Local: Sala 9, do Mestrado da Ciências Sociais.
Orientadora: Profª Drª Winifred Knox
Membro Interno: Profª Drª Sonia Missagia de Matos
Membro Externo: Prof Dr Antônio Carlos Sant'Ana Diegues
 
 
Tags: 
Transparência Pública
Acesso à informação

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